Dicas que não estão dando sopa por aí

Vamos fugir das indicações maravilhosas que todos fazem, pois pra isso não precisamos estar por aqui. Queremos as dicas maravilhosas que ninguém dá, e é isto que imodestamente nos justifica.

Abaixo, dvd, disco, filme e livro que podem ser achados com razoável facilidade, e que valem seu investimento em tempo e dinheiro – são ouro puro.

Caia matando, delicie-se, lambuze-se, agradeça-nos.

  • How the West Was Won (Led Zeppelin – dvd duplo): lançado vinte anos atrás e recheado de gravações então inéditas, retrata a impiedosa saga de pilhagem e destruição do Led Zeppelin (o título remete a um velho faroeste, e é perfeito). Peter Grant, empresário da banda, espertamente sacou que daria tiros n´água ao tentar promover seus rapazes no Reino Unido, ocupadíssimo com os Beatles e os Stones, e botou a máquina pra rodar os EUA. Resultado: em fins de 1969, o grupo já mandava prender e soltar entre os ianques, e o resto do mundo seria presa fácil para seu apetite.
  • The Gil Evans Orchestra Plays the Music of Jimi Hendrix: era 1974 quando o compositor, maestro e pianista resolveu rearranjar os clássicos de Hendrix e tocá-los com sua orquestra em brasas. Em brasas, sim senhor, pois que os metais e todo o resto entram em combustão nesse ataque de big band para a poderosa obra deixada pelo guitarrista. É tudo surpreendente, vibrante, pra cima, cheio de balanço e sensualidade. Para animar qualquer festa, desde que os convidados tenham alguns neurônios (e não sementes de gergelim) na cabeça.
  • Bonga, o vagabundo (Renato Aragão): filmado em 1969 e lançado em 1971, este longa dirigido por Victor Lima e estrelado por Renato Aragão (muito antes de ir para a Globo) não traz nenhum outro trapalhão – e, honestamente, não era mesmo preciso. Tratando de um dos personagens mais caros para o astro, traz as desventuras encaradas com leveza por um malandro que vive nas ruas do Rio de Janeiro. Aqui já encontramos tudo aquilo que consagraria nosso maior palhaço: a ingenuidade cativante, a malandragem simpática, o escracho e a pungência dos que lutam como podem – sem destruir o próprio caráter e, no fundo, sendo capazes de tirar da própria boca para dar a outros. O gênio ganha as grandes telas, e para sempre.
  • Contos da Taberna (Arthur C. Clarke): “Estas estórias foram escritas aos trancos e barrancos entre 1953 e 1956, em pontos tão variados do globo quanto Nova Iorque, Colombo, Miami, Londres, Sydney e muitas outras paragens cujos nomes agora me escapam. Em alguns casos a influência geográfica é óbvia, mas é curioso notar que eu ainda não tinha visitado a Austrália quando escrevi Quanto mais alto…” Assim Arthur C. Clarke nos introduz neste pequeno e saborosíssimo livro de ficção, no qual uma taberna de nome Gamo Branco, localizada em certo bequinho de Nova Iorque, concentra jornalistas, escritores, editores, leigos curiosos e cientistas em histórias extraordinárias que se sucedem noite após noite, e apenas para seus iniciados. Uma pequena obra-prima, absolutamente irresistível.

Agora, confessem:

são dicas banais?

Bem, é para isto que estamos aqui.

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