CAIXAS

Caixas (ou, em português corrente, box sets) com filmes, séries, biografias de bandas, shows, discos faixa a faixa e documentários são comigo mesmo. Eu as tenho ainda uma porção, continuarão estas lindezas por aqui e desejo adquirir outras tantas.

Assim, segue uma lista não exaustiva, com apenas quatro delas, entre as de que mais gosto e recomendo com entusiasmo. Talvez seja possível encontrá-las todas por aí com alguma facilidade (preços, quem sabe hoje um pouco salgados – as quantidades diminuem, a demanda etc etc), fisicamente falando, ou eventualmente seu conteúdo em aplicativos de streaming. De qualquer modo, trazem material precioso e que prezo em compartilhar com aqueles que nos acompanham.

JAZZ (Ken Burns): Burns é, talvez, o documentarista norte-americano mais celebrado entre seus pares vivos, com trabalhos de extensa pesquisa que vão da Guerra do Vietnã à Lei Seca. Aqui, em quatro DVDS e quase treze horas de narrativa, traça uma deliciosa, vibrante e comovente trajetória de um dos mais típicos e celebrados gêneros musicais de seu país. Em longos episódios – A Dádiva/Swing, Puro Prazer/Uma Obra-Prima por Volta da Meia-Noite/Dedicado ao Caos -, todos ordenados cronologicamente, a série vai de sua gênese no sul dos EUA ao desafio do Bebop, de sua explosão popular ao atual status de música para iniciados. Entre todos os imensos nomes, recebem luzes especiais dois de seus maiores arquitetos, Duke Ellington e Louis Armstrong.

THE BEATLES ANTHOLOGY: outra série musical, igualmente extensa em suas onze horas. Em cinco DVDS, flagra aquele conjuntinho dormindo em quartos de fundo nos locais barra pesada de Hamburgo, passa pelo Cavern Club diante de mocinhas hipnotizadas, documenta a invasão dos EUA em 1964-65, acompanha os quatro rapazes em sua viagem pela Índia, documenta seu salto lisérgico, vibra com suas antenas emitindo e recebendo sinais de todo o mundo, fotografa o lançamento de suas obras-primas e chora sua fragmentação melancólica. Concebido e realizado na primeira metade dos anos 90, com a participação ativa dos remanescentes do grupo (George Harrison faleceria alguns anos depois), permanece como o mais generosamente caudaloso dos documentários sobre a banda. Junte com a big biografia citada posts atrás e passe a régua na história dos Fab Four.

BAND OF BROTHERS (Tom Hanks & Steven Spielberg): volto à série de que falei anteontem, pois que nunca será demais citá-la. Seus dez episódios são ainda hoje a baliza para qualquer um que deseje filmar a guerra, qualquer guerra. Com um modo de documentar ficcionalmente o tema que restava inédito até o lançamento de O Resgate do Soldado Ryan, Hanks e Spielberg dobraram com êxito sua aposta nesta obra, que segue um grupo de homens da dureza do treinamento em solo norte-americano à violência dos combates Europa adentro. Pareço chover no molhado ao dizer o que vai a seguir, mas não custa lembrar/reforçar: soldados sem experiência em combate real pisam em áreas tomadas por alemães, boa parte deles já tarimbada e conhecedora de terreno, clima e costumes. Alemães armados até os dentes, claro. A Easy Company foi lá, viu, venceu e fez história, e está tudo aqui. Antológico, imperdível, obrigatório.

ALÉM DA IMAGINAÇÃO (coleção definitiva): esqueça os pedaços que circulam por aí, que adoçam bocas e mentes mas não saciam: eis tudo aquilo que pode ser visto de uma das mais aclamadas e cultuadas séries da televisão mundial, exibida originalmente entre 1959 e 1964. Influentíssima, dela derivaram tantos filhotes que seria exaustivo citá-los. Tudo parte da estranheza, do non sense, do absurdo que borra o cotidiano mais… cotidiano. Twilight Zone (o título original remete com precisão àquilo de que falo, “zona crepuscular”, aquele momento em que nada se nos apresenta bem delineado) surgiu com ares de ineditismo na tv, espantando e divertindo, apavorando sonhos e antecipando medos. Concebido, produzido e dirigido pelo gênio de Rod Sterling, finalmente recebeu, não muitos anos atrás, a edição completa que os fãs brasileiros mereciam. São 24 DVDS e 156 episódios de “uma quinta dimensão, além daquelas conhecidas pelo homem…“. Não perca tempo e faça o que deve ser feito.

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