Evguiêni Oniéguin – Aleksandr Púchkin
Opaaaaaaaaaa!, nova edição deste clássico da atormentada-reflexiva-algumas muitas vezes depressiva literatura russa. Quando a Rússia ainda era um país com casas majoritariamente de madeira, população camponesa de servos e uma elite buscando na língua francesa um escape, Púchkin veio com este livro, romance em versos publicado entre os anos de 1825 e 1832. O entediado dândi Oniéguin vai à área rural e conhece a formosa Tatiana, que por ele se apaixona. As coisas, podemos talvez imaginar, não correm lá muito bem. Poesia de primeira e versão inédita para o português diretamente do russo, por Rubens Figueiredo. Compre, peça à editora, convença uma amizade a te dar de presente. Lançamento previsto para 27 de fevereiro, pela Penguin Companhia.

Mário e o Mágico – Thomas Mann
Na Itália, irritadiça, maliciosa e inquieta família em férias é apresentada a um ilusionista, cuja performance está fundada no terror e humilhação do público que o assiste. Em uma de suas apresentações, toma como vítima Mário, garçom que deve se submeter à tirania do mágico sem obstáculos – daí, inicia-se a tragédia. Nas entrelinhas, crítica precisa e ferina ao fascismo europeu. Lançamento previsto para 16 de fevereiro, pela Companhia das Letras.

A Travessia – Cormac McCarthy
Vindo de Todos os Belos Cavalos, McCarthy segue em sua Trilogia da Fronteira, narrando a história de um moleque de 16 anos que decide atravessar os Estados Unidos até o México, com o intuito de devolver ao lugar de origem o cavalo pelo qual se responsabilizou. Formação de caráter e personalidade na estrada, no que há tempos é uma obsessão literária norte-americana – personagem botando o pé no mundo e construindo a si mesmo. Lançamento previsto para 13 de fevereiro, pela Alfaguara.
Tebas do Meu Coração – Nélida Piñon
De 1974, livro ganha nova edição no ano em que a escritora partiu, com capa e projeto gráficos de primeira. Sonho e realidade entrecruzados na vida dos moradores de Santíssimo, mui pequena cidade interiorana brasileira. Personagens rompem a realidade habitual e apresentam ao leitor outro mundo possível. Que se (re)descubra mais e mais seu trabalho. Lançado em 03 de janeiro, pela Record.
A Cidade Assassinada – Antonio Callado
O “doce radical”, como o definia o amigo Nelson Rodrigues, lançou esta obra como homenagem aos 400 anos da cidade de São Paulo, e que hoje parece receber o status de clássico de nossa literatura. Escrita e encenada na década de 1950, inaugura a dramaturgia de Callado. Três atos de personagens históricos e lendários, com as preocupações políticas que aparecerão em seus livros posteriores. Aqui, a cidade de Santo André da Borda do Campo é ameaçada pelas vontades do governo-geral, que deseja transferir seu pelourinho – então símbolo de presença civilizatória – para São Paulo. Mesclando história e ficção, trata-se da tentativa de fazer emergir do conflito que apresenta uma identidade brasileira. Lançado em 03 de janeiro, pela Record.
A Psicose – Neusa Santos Souza
Referência habitual quando se fala em saúde mental, a autora oferece ao público novo estudo sobre o pensamento lacaniano a respeito da psicose, fundamentando-se na clínica que desenvolve cotidianamente com seus pacientes. Ao retomar pontos cruciais da obra freudiana, distinguidos e articulados por Lacan, Neusa Santos aborda questões delicadas da doença, trazendo aos interessados esclarecimentos necessários e hipóteses com as quais trabalha. Publicado originalmente na década de 1990, recebe agora nova edição, com lançamento previsto para 10 de fevereiro, pela Zahar.