Preso em um mosh

Quis fazer uma lista dos shows internacionais que mais mexeram comigo. Estive em cinquenta deles. É um bom número, considerando que morei no Rio de Janeiro quando era mui pequenino e jamais morei em São Paulo, os dois grandes centros para este tipo de espetáculo. O que significa: a sorte deveria me ajudar, com bandas que me interessavam surgindo em minhas pequenas cidades de Vitória-Guarapari-Vila Velha (aconteceu, por vezes), ou eu teria que me descabelar até Rio ou Sampa, com os custos de passagens, hospedagem e refeições, além do ingresso. Nada comparável a morar naquelas cidades, chamar um transporte e depois voltar para casa.

Seguem os shows que mais me impressionaram, em ordem cronológica, com pequenas notas.

Kiss (Maracanã, 18.06.1983) – meu primeiro show gringo, com mais 120 mil pessoas cobrindo aquele que era, então, o maior estádio do mundo. Ida e volta na garupa de uma moto e um quase esmagamento em uma das bilheterias.

Iron Maiden/Queen (11.01.1985) – no primeiro dia do maior festival da história do Brasil – até hoje -, a primeira vinda do Iron ao país, no auge de sua carreira. Fechando a madrugada, Queen botando o público para levitar.

AC/DC (15.01.1985) – o único show em que vi os espectadores sendo empurrados para trás pela massa sonora que saía do palco, na estreia da banda no Brasil.

The Rolling Stones (04.02.1995) – no Maracanã, uma espera de décadas chegava ao fim. Beirando os cinquenta anos de idade, deram uma surra de 2h30 no público.  

Fugazi (07.08.1997) – uma das mais alternativas e icônicas bandas punk dos EUA na minha cidade? Ora, se vou perder… num salão de clube para duzentas pessoas, botaram o caldeirão pra ferver.

Metallica (08.05.1999) – num Anhembi abarrotado, os quatro fizeram um show impecável. Alto, brilhante e cheio de tesão.

Roger Waters (09.03.2002) – na Praça da Apoteose, Rogerinho das Águas espalhou Pink Floyd por todos os lados. Talvez o melhor som que eu já tenha ouvido em um show.

The White Stripes (31.10.2003) – no Rio, uma única guitarra e uma bateria pequena fazendo um som estrondoso, estridente e ensurdecedor. Isto é pra poucos.

Nine Inch Nails (27.11.2005) – avassalador. E mais não digo.

Slayer (06.09.2006) – Fundição Progresso, Rio. O único show que, acabado, me deixou em estado de estafa. E olha que vi do alto, tranquilo, longe do mosh. O Slayer parece sugar o oxigênio do lugar em que toca.

Bad Religion (15.10.2011) – também na Fundição Progresso. Vou resumir: acabei o show chorando horrores.

Black Sabbath (13.10.2013) – finalmente paguei meu tributo aos pais do Metal. O início, com War Pigs, foi a coisa mais catártica que já presenciei em qualquer exibição artística.

Paul McCartney (10.11.2014) – mais um no quintal de minha casa? Ora, ora, ora… Aos 72 anos, um show antológico.

Neste ano, em 14 de março, estarei em Sampa para ver os Black Crowes, depois de uma espera de 27 anos. E é provável que este show aumente a lista acima.

Confio nos Corvos.

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